Picape média híbrida plug-in tem muita tecnologia para brigar com picapes médias pelo agro
Por Alberto Polo Júnior
De Goiânia (GO)
A BYD quer o agronegócio. Atual 10ª colocada no ranking geral de 2024, com quase 3% de participação nos emplacamentos, a montadora chinesa quer uma fatia do setor do agronegócio, responsável por ⅓ do PIB brasileiro. A tarefa de enfrentar as queridinhas do público do agro, as picapes médias com motor diesel e tração 4×4, foi dada à Shark, primeira picape híbrida plug-in (PHEV) vendida no mercado brasileiro.
“Ultraamos a marca de 60 mil carros eletrificados vendidos no Brasil este ano. A chegada da BYD no país foi essencial para o cenário de transformação rumo a uma mobilidade sustentável. Com o lançamento da Shark a gente inaugura um novo segmento, que vai oferecer o que há de melhor entre as caminhonetes”, diz Alexandre Baldy, Vice-Presidente Sênior da BYD no Brasil e Head Comercial e Marketing da BYD Auto.
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Enquanto rivais como Chevrolet S10, Fiat Titano, Ford Ranger, Mitsubishi L200, Nissan Frontier, Toyota Hilux, Volkswagen Amarok e a recém lançada JAC Hunter custam entre R$ 260 mil e R$ 335 mil em suas versões topo, a Shark sai por R$ 379,8 mil. A BYD justifica o preço dizendo que seu modelo custa mais porque entrega mais, principalmente em tecnologia.
Falando em tecnologia, a Shark combina um motor a gasolina 1.5 turbo de ciclo Miller de 183 cv e 26,5 kgfm de torque com dois motores elétricos, um no eixo dianteiro (de 231 cv e 31,6 kgfm) e outro traseiro (201 cv e 34,7 kgfm). O resultado desta união é potência combinada de 437 cv e um torque máximo de 65 kgfm. A aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 5,7 segundos, com velocidade máxima de 160 km/h.
O conjunto motriz da Shark pode rodar 100 km em modo totalmente elétrico, além de operar como um híbrido em série (motor a combustão como gerador para as baterias e motores elétricos dando propulsão) ou híbrido em paralelo (motor a combustão e elétricos dando propulsão).
A tração nas quatro rodas é feita pelos motores elétricos e tem três modos de terreno – Areia, Lama e Neve – e condução – Normal, Eco e Sport. A BYD Shark possui um sistema de suspensão independente Duplo A na dianteira e na traseira, um ângulo de ataque de 30° e ângulo de saída de 19.2°.
De acordo com os testes feitos pelo INMETRO no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), a Shark possui uma autonomia na gasolina equivalente a até 24,6 km/le na cidade e 19,9 km/le na estrada.
O chassi da picape chinesa integra a bateria blade através da tecnologia CTC (cell to chassis). Assim, a bateria funciona tanto como unidade de energia quanto parte da estrutura do veículo. Sua carroceria utiliza aço de alta resistência em 54% de sua composição e a plataforma DMO (Dual Mode Off Road), que alia um chassis e a tecnologia híbrida às funções off-road.
Em porte, a Shark fica no meio termo entre uma picape média e uma grande. São 5,46 metros de comprimento (15 cm a mais que a média das concorrentes médias), 1,96 m de largura (11 cm a mais) e 1,89 m de altura (8 cm a mais). A distância entre-eixos é de 3,26 m, com 2.710 kg de peso. Já a capacidade máxima de reboque de 2.500 kg, com carga útil de 790 kg (mais próximo dos 720 kg da Fiat Strada do que dos 1.000 kg das rivais médias) e volume de carga de 1.450 litros.
O interior tem tela de instrumentos de 10,25 polegadas logo atrás do volante, enquanto que a central multimídia giratória de 12 polegadas fica no centro do . Há head up display, comandos por voz, conexão sem fio para Apple Car Play e Android Auto e carregador de celular por indução.
O acabamento tem materiais bons e agradáveis ao toque, como nos outros BYD. Os bancos revestidos em couro sintético são confortáveis e têm bom apoio. Os dianteiros possuem aquecimento e ventilação. Os três ageiros do banco traseiro viajam com conforto e o espaço para as pernas é excelente.
A BYD Shark tem apenas uma versão de acabamento que traz o Sistema Avançado de Assistência ao Motorista (ADAS), com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente ativo de faixa, reconhecimento de placas de trânsito, sensor de ponto cego, farol alto automático e alerta para abertura de portas. O pacote de equipamentos inclui também airbags frontais, laterais e de cortina, ar-condicionado automático de duas zonas e revestimento interno em couro sintético.
Também há câmera panorâmica ultra-wide-angle de 540 graus, permitindo ao condutor observar os arredores e a parte inferior do veículo e facilitando a seleção da melhor rota durante a condução fora de estrada. Na caçamba, há tomadas de energia do VTOL (Vehicle To Load), sistema que permite usar a bateria do carro para alimentar equipamentos eletrônicos.
Falando em bateria, a da BYD Shark tem 29.6 kWh e sua recarga de 30% a 80% pode ser feita em apenas 20 minutos usando um carregador rápido. Com tanque cheio de gasolina e bateria 100% carregada, permite autonomia combinada de 840 km.
São apenas três cores disponíveis: branco perolizado, preto sólido e azul metálico. A BYD oferece seis anos de garantia para o carro e oito para a bateria, sem limite de quilometragem.

















Andando com a BYD Shark PHEV
Rodando, a BYD Shark parece um SUV de carroceria monobloco e não uma picape de chassi. Isto é, tem bom comportamento dinâmico e não causa sustos nas curvas em velocidades altas, desvios de trajetória e frenagens. É confortável, muito silenciosa ao rodar e tem desempenho de carro esportivo. No percurso fora-de-estrada, ou com tranquilidade nos obstáculos com solo encharcado, mesmo estando equipada com pneus para uso em asfalto.
A BYD quer o agro. Mas o agro quer a BYD Shark? Será um desafio enorme vender um veículo híbrido e recheado de itens tecnológicos para um público acostumado a comprar picapes diesel, famosas por sua resistência e robustez. O sucesso da Shark parece muito mais provável para famílias urbanas donas de SUVs e que querem um carro ainda maior para lazer e viagens.
Foto principal | BYD/Divulgação
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